domingo, 20 de outubro de 2013

O meu bem maior


Nunca se falou tanto em auto-estima como nos dias de hoje. Vivemos dias em não falta o conhecimento sobre coisas que contribuem para o nosso bem-estar mas a realidade é que as pessoas estão cada vez mais doentes, insatisfeitas, stressadas, ansiosas e inseguras.

A luta desenfreada dos pais pela conquista dos bens efémeros deixou completamente desamparados os seus filhos que cresceram à custa dos exemplos dos seus pares, sem valores, sem educação e sem Deus.


O ser humano desenvolveu expectativas relativamente ás coisas, aos bens, à posse, à imagem e na verdade essas coisas não satisfazem. A realidade é que enquanto colocamos o nosso desejo nas coisas a nossa relação com a vida fica ainda mais prejudicada.

“Auto-estima” parece ser uma palavra nova mas o seu conceito não é. Em Mateus 19:19 Jesus disse: “honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Amar “Como a ti mesmo” é uma condição essencial para um relacionamento saudável com outro ser humano.

I. Elementos essenciais para o nosso bem estar:

Vamos considerar alguns dos elementos essenciais para o nosso bem-estar:
- Respeito: o respeito pelos outros depende do respeito que temos por nós próprios;
- Admiração: necessitamos de admirar e valorizar tanto os outros como nós próprios;
- Confiança: a confiança faz-nos chegar mais longe, faz-nos acreditar e reforça a nossa fé.

Para algumas pessoas, porém, é necessário percorrer um longo caminho para alcançar estes três ingredientes essenciais à nossa sobrevivência.

A autonomia de uma pessoa, ou aquilo que a torna capaz para uma vida plena, está na capacidade que ela tem de se renovar na sua mente, valorizando-se e aceitando-se a si própria.

Em Romanos 12:2 diz: “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

As pessoas derrotadas são pessoas conformadas e dependem de tudo menos de si próprias: dependem do pai, dependem da mãe, dependem do patrão, dependem da troika, dependem do cônjuge, do namorado, da tecnologia, da electricidade. O mundo está cheio de coisas que nos amarram e escravizam. Se não temos cuidado ficamos doidos em pouco tempo.

II. Características das pessoas derrotadas e com baixa auto-estima.

1. Como somos abatidos

A crítica, a desvalorizacão e a comparação com outros, são os três elementos mais predominantes que contribuem a destruição do nosso equilíbrio mental. A infância e á fase onde a nossa estrutura pessoal se começa a construir e é ai, na maioria das vezes, que começam os desastres: os elogios aumentam a auto-estima e as críticas baixam-na.

A Bíblia diz que aquilo que pensamos de nós próprios irá determinar aquilo que seremos no futuro: “Porque, como ele (o homem) pensa consigo mesmo, assim é.” Provérbios 23:7a.

Somos, em grande parte o resultado daquilo que pensamos a nosso respeito. Temos portanto que nos apropriarmos de conceitos e valores saudáveis enquanto ao mesmo tempo retiramos nossa mente pensamentos inadequados. Temos que eliminar hábitos errados de pensar. Isso não é fácil, mas é possível, corrigir as distorções do pensamento através da modificação dos pensamentos nocivos.

Os nossos comportamentos são uma consequência dos nossos pensamentos: Tiago. 1:15 “…então o desejo, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” O desejo, a maquinação, o pensamento, está na origem das nossas ações e por conseguinte terá também as suas consequências.

Nos nossos pensamentos são formadas as crenças que adquirimos ao longo da vida em relação a nós mesmos e aos outros. Mudar isso de um dia para o outro não é de modo nenhum uma tarefa fácil. Os nossos pensamentos dialogam connosco interiormente tanto que por vezes damos connosco a falar sozinhos e algumas dessas conversas são em grande parte episódios que ocorreram no passado e porventura algumas deles desabafos de raiva contida.

Também falhamos, erramos e pecamos, e isso destrói de alguma forma o nosso bem-estar emocional e psíquico. Contudo, a forma como gerimos os nossos erros também faz a diferença no nosso presente e no nosso futuro.

2. Consequências nos mais vulneráveis:

- São muito críticas e só elas é que sabem fazer bem as coisas.
- São muito inseguras;
- Estão constantemente insatisfeitas e a resmungar por tudo e por nada, nada funciona como desejariam;
- São muito egocêntricas e completamente desinteressados pelos outros;
- Não valorizam as suas conquistas, o que têm, e atacam frequemtemente as pessoas que estão á sua volta, têm “pavio-curto” com as pessoas próximas;
- Não planeiam a longo prazo, querem tudo imediatamente;
- Os outros é que são responsáveis pelo seu mau-humor e têm sempre que aprovar tudo o que fazem e dizem; não podem ser contrariados;

III. Consequências para a pessoa

Este tipo de prisão de pessimismo, derrota e baixa auto-estima fazem explodir a capacidade da pessoa viver feliz, tranquila e bem sucedida. A pessoa bloqueia a sua capacidade de interpretar as adversidades que surgem na vida de uma forma equilibrada e saudável. Há pessoas que em vez de seguir os princípios de Deus para a sua vida querem ser o seu próprio Deus.

Há inclusive pessoas que se afastaram de Deus porque Ele “não lhes deu” o que queriam, quanto queriam e quando queriam, e isto também, fruto de um excesso de mensagens de prosperidade e curas instantâneas. A cura maior que necessitavam era no seu interior, nos seus valores, no relacionamento com a sua família, no respeito pelo próximo e no temor a Deus.

A vida, quando não é vivida em atitude de constante gratidão a Deus por tudo o que temos, é sabotada repetidamente pelos eventos temporais. Sem Deus a pessoa perde a capacidade de interpretar as adversidades.

Romanos 8:28 lemos: “E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”

Então, em concordância com esta afirmação bíblica temos que:
- Todas as coisas são boas para aqueles que estão no propósito d’Ele;
- Haverão coisas que se desejam mas não tão importantes quanto o estar no propósito de Deus;
- Haverão coisas que nos são concedidas mas se não estão no propósito de Deus tão depressa ficaremos sem elas de novo;
- Há quem queira coisas mas não quer Deus na sua vida;
- Há quem fique transtornado psicologicamente pelas interpretações relacionadas com coisas, em vez de buscar a graça que vem de Deus.

IV. Como melhorar a minha relação com a vida.

Melhorar a “relação com a vida”, quer dizer: com Deus, comigo próprio, e com os outros. Auto-estima cristã é, se Cristo fizer parte da nossa vida, desejar ser a melhor pessoa que for possível, em todos os aspetos, principalmente em relação a Deus.

Como se referiu no início é preciso insistir de novo na recuperação da auto-estima pessoal. É vital recuperar:
- o respeito por nós próprios;
- a admiração por nós próprios;
- e a confiança por nós próprios.
E isso consegue-se com a ajuda de Deus.

Em Filipenses 4:8 encontramos a fórmula para a gestão dos nossos pensamentos “…tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento”.

Nós sabemos filtrar o que é bom para a nossa alimentação. Escolhemos entre o que gostamos e o que não gostamos, o que é saudável e o que não é, e com os nossos pensamentos devemos actuar do mesmo modo: pôr de parte o que não presta e pensar apenas no que é bom.

As pessoas querem coisas, cura, dinheiro, paz, mas esquecem-se da GRAÇA DE DEUS como uma das maiores prioridades que devem conquistar.

Paulo, em Romanos 12:3 adverte-nos: “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

Sermos boas pessoas não depende do que fazemos ou do que temos. Depende do que somos em Cristo! Salmos 16:1,2 “Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio. Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor; além de ti não tenho outro bem.”

O maior bem de uma pessoa completa é Deus e tudo o resto são meros acessórios. Uma relação correta com Deus e a prática da Palavra produz saúde física, psíquica e emocional, abundantes. Uma pessoa com uma satisfação pessoal completa e uma auto-estima sadia não precisa de se satisfazer com o pecado.

- O pecado é a opção de quem não tem Deus.
- A escravidão é a opção de quem não conhece a vida que brota da Palavra de Deus.
- A morte é a consequência naqueles em quem o Espírito não motiva a vida.

Jesus veio para que tivéssemos vida com abundância. “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33

http://www.vagalume.com.br/fernanda-brum/meu-bem-maior.html

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